domingo, 27 de março de 2011

Desequilíbrios e doenças

Existem algumas doenças que resultam da incapacidade do sistema imunitário como responder com eficácia aos agentes que ameaçam o organismo. Entretanto, existem outras que provêm de uma reacção excessiva do sistema imunitário, contra agentes estranhos inócuos ou aos próprios constituintes do organismo. 
Doenças auto-imunes:

Este tipo de doenças ocorre quando o sistema imunitário se torna hipersensível a antigénios específicos das suas próprias células ou tecido.Existem vários tipos de doenças auto-imunes, tais como:          
-Esclerose múltipla- Doença crónica do sistema nervoso. Esta patologia resulta da destruidora acção que alguns linfócitos T exercem sobre a mielina dos neurónios do sistema nervoso central. 
-Artrite reumatóide- Caracteriza-se por inflamações extensas e dolorosas das articulações (cartilagens articulares), que causam a sua deformação.
-Lúpus- Esta doença caracteriza-se pela produção de anticorpos por parte dos sistema imunitário, que actuam contra vários tipos de moléculas do próprio organismo, incluindo histonas e DNA. 
-Diabetes insulinodependente- Resulta da destruição das células pancreáticas responsáveis pela produção de insulina.
Imunodeficiência
As doenças devidas à imunodeficiência apresentam uma falha nas defesas do organismo que têm como objectivo combater as infecções e os tumores.
O resultado desta imunodeficiência é o aparecimento recorrente ou a persistência de infecções, causadas por organismos que, em circunstâncias normais, não as causariam, fraca resposta em relação ao tratamento habitualmente eficaz, recuperação incompleta da doença e uma susceptibilidade invulgar a certas formas de cancro.
Imunodeficiência  inata
Se a deficiência figura no sistema de imunidade humoral – falta de linfócitos B – o indivíduo está mais susceptível a infecções extra celulares. Caso a deficiência se encontre no sistema de imunidade celular – falta de linfócitos T – há uma maior sensibilidade a agentes infecciosos intracelulares, vírus e cancros.
A imunodeficiência mais grave caracteriza-se pela ausência de linfócitos B e T.
Os indivíduos com esta deficiência ficam extremamente vulneráveis e apenas sobrevivem em ambientes completamente estéreis.
O transplante de medula óssea ou terapia génica são eficazes no tratamento destas deficiências.
Imunodeficiência adquirida - SIDA 
A SIDA é causada pelo vírus da Imunodeficiência humana, VIH.
O material genético do VIH é composto por uma cadeia simples de RNA viral, que pode infectar várias células, sobretudo os linfócitos T.
No interior da célula hospedeira, o RNA viral é transcrito para DNA pela transcriptase reversa e esse DNA é integrado no genoma.
Quando activo, o DNA viral dirige a produção da célula hospedeira que causa a destruição da célula hospedeira e infecta novas células.
A diminuição progressiva do número de linfócitos T deixa o organismo muito susceptível a doenças “oportunistas” e a cancros.
Um indivíduo infectado pelo VIH reage à sua presença produzindo anticorpos – é seropositivo.
Os vírus que se encontram no interior de células infectadas escapam à acção dos anticorpos.
Um indivíduo seropositivo, mesmo sem sintomas clínicos, pode transmitir o VIH.
Não há cura nem vacina para a doença, mas a sua progressão pode ser retardada por drogas inibidoras da transcriptase reversa, entre outras.


Alergias
São doenças hereditárias relacionadas com o sistema imunológico de uma pessoa, ou seja, reacções exageradas do nosso organismo perante determinadas substâncias. Uma substância alérgica, para uma pessoa, pode ter a mesma reacção, ou uma diferente, noutra. Este sintoma é uma hipersensibilidade do organismo a agentes físicos.Uma reacção alérgica pode apresentar vários sintomas, em conjunto ou isolados.Os órgãos mais afectados e os sintomas mais frequentes, são:
  • Pele - urticária, eczema;
  • Aparelho respiratório – asma, rinite;
  • Olhos – conjuntivite, eczema nas pálpebras;
  • Aparelho digestivo – diarreia, edema da glote;

Há sintomas que se devem a “intolerâncias”, sobretudo alimentares e que em nada têm a ver com alergias, embora muitas pessoas as designem erradamente como tal. Importa distingui-los.

-O que é o choque anafilático?

Por vezes, a reacção alérgica é de tal forma severa que resulta num choque anafilático, o qual é provocado pela diminuição brusca da pressão arterial em consequência do aumento da permeabilidade dos vasos sanguíneos, verificando-se um rápido aumento da dilatação dos mesmos vasos, podendo mesmo vir a comprometer a vida do indivíduo.


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